quarta-feira, 1 de abril de 2015

MONTANDO O U-199

Inicialmente, o desafio era ser fiel aos fatos e  encontrar modelos dos  participantes do evento que representariam os acontecimentos que levaram ao fundamento do U-199.Primeiro problema a resolver, arrumar um submarino que pudesse representar o U-199.

Quando montei meu primeiro diorama não havia modelo disponível e tive que fazer uma adaptação com um Type VII. Hoje a Revell  já lançou o U BOAT Type IXC o que já facilitaria bem o trabalho.










O grande problema do modelo atual da Revell  do Type IX em comparação  com o  U-199 é que o novo modelo é um Type IX C enquanto o U-199 era um Type  IX D 2.

As principais diferenças estão na torre  e no armamento. A torre do Type IX C da Revell tem uma configuração mais comprida. Isto se deve ao um dos conceitos que  kriegsmarine teve durante a guerra de que seus submarinos deveriam possuir mais armas anti aéreas para enfrentar de igual para igual a aviação aliada.  Tal conceito foi mais tarde abandonado diante do crescente volume de ataques aéreos aliados e do grande número de perdas de submarinos. No Type IX C também foi retirado o canhão de 105 mm que ficava a bombordo.

Já o U-199 possuía uma torre menor, que lembrava um pouco as do type VII, com apenas uma arma anti aérea de 20 mm na sua parte traseira. Utilizava um canhão de 105 mm a bombordo e uma segunda arma anti aérea de 37 mm a estibordo, logo após a torre. A verdade é que os Type IX usaram várias  variações de torres durante a sua utilização durante a guerra. Vejam abaixo as variações:




Abaixo a configuração aproximada do U-199, na época do ataque, já que não existem fotos que mostram sua aparência exata : 


Este  já um esboço mais aproximado, baseado nos depoimentos dos aviadores que participaram do ataque:





Comecei a montagem com desafio de alterar a torre do kit do U BOAT Type IX C para se tornar de um Type IX D2.













Depois de cortar as laterais, fiz uma cópia resina do piso metálico, da parte traseira de uma torre de um Type VII,onde ficava a anti aérea de 20 mm, já que o mesmo era muito parecido com o do U-199.Depois substitui retirando o piso original do kit, pela cópia em resina.






Depois da junção do piso fui trabalhar na lateral da torre, para o acabamento.









 Por fim, coloquei a torre de rádio mais para trás e fiz o acabamento do interior antes de por as peças finais.

Parti então para modificar o deck, pois a torre era maior no kit e tinha que reproduzir ainda  um encaixe para colocar uma anti aérea  de 20 mm. A solução mais simples foi reproduzir a parte da frente do deck  onde ficava o canhão de 105mm em resina, cortar o deck e inserir a peça copiada.Isto não atrapalhou a fidelidade do modelo porque estudando as plantas, percebi que a parte do deck copiada era muito parecida com  a parte original do deck do submarino. vejam o processo:

Cortando o deck:





Fazendo o molde com a peça cortada:





A peça copiada:


A peça enxertada;




Depois vazei as saídas de lastro do submarino, com uma dremel e dando acabamento manualmente com um estilete e uma  lima.Isto deu trabalho.









 Com o acabamento do casco pronto, comecei a pintar o submarino. pela descrição dos aviadores que participaram do ataque, o U-199, possuía uma deck escuro, sendo  sua lateral cinza clara com uma camuflagem cinza escura diagonal. Nas fotos originais do ataque podemos perceber está coloração. Vejam atentamente:








Comecei pintando a lateral fazendo um pré-shade de preto.



 Depois pintei um cinza médio por cima da marcação anterior.









Na sequência, fiz uma pequena mascara e comecei a pintar a camuflagem lateral em diagonal, em cinza escuro. 





 Depois pintei o deck com cinza escuro.


Por fim, depois de pintado o deck, fui clareando levemente o cinza escuro para começar a dar um efeito de desgaste.




Bem por ora é  só. Vou continuar a pintura e partir agora para aos efeitos. Na próxima postagem coloco mais fotos. Até lá.















sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

NOVO DIORAMA “O AFUNDAMENTO DO U-199”


A alguns anos atrás, mais precisamente em 2004 decidi fazer um diorama que representa-se o único afundamento de um submarino  alemão na costa brasileira por um avião da Força Aérea Brasileira, o do U Boat Type IXD U-199.

Na época sem muitos recursos fiz uma verdadeira aventura. Fiz uma cópia em resina do deck um U Boat type VII e sua torre. Depois disto, decidi fazer uma avalanche de alterações em scratch, já que o U-199 era um type IX D, bem diferente do type VII.

Pesquisei o ataque e fiz a cena da melhor maneira que pude, colocando o submarino no mar e um kit do PBY Catalina o atacando.  Modesta parte, o diorama ficou muito bom, ganhando prêmios de destaque nos eventos que participou  na época. 

Em 2010, decidi reformar o diorama, senti falta  de mais alguma coisa. Melhorei os efeitos, coloquei um painel de fundo que deu profundidade a cena e principalmente, coloquei dois motores no Catalina que movimentaram as hélices criando uma atmosfera de movimento a cena. Fiquei muito satisfeito com o resultado. Vejam a foto, já reformado:



O diorama foi levado em Campinas/SP na Convenção do GPC de 2011, onde ganhou um dos prêmios de destaque do evento. Minha maior alegria ainda estava por vir. Um modelista naquele ano fotografou  o diorama que junto com alguns outros modelos, teve as fotos  publicadas  na revista Francesa de Modelismo “WING MASTERS”.







 


 Fiquei muito contente com o resultado de todo o trabalho e por fim aposentei a carreira de competições do U-199 e doArará.

Quando pensei que está história já era pagina virada, eis que algo incrível acontece. Em dezembro do ano passado recebo uma ligação de um modelista de Natal, o Sr. Marcelo Borges querendo informações sobre o diorama. Depois que lhe informei que tinha sido eu mesmo o autor do trabalho, o assunto tomou um rumo inesperado.

O Sr. Marcelo me disse  tinha visto o diorama e que achava o trabalho muito interessante. Depois de um longo papo ele me disse que gostaria de comprar o diorama. Fiquei surpreso com a situação, pois não esperava por isto. Apesar de  ficar honrado pela oferta, decidi não vender, porque eu gosto muito do trabalho e o achava único para mim.

Ai  veio a segunda surpresa. Ouvi a seguinte proposta, “ tudo bem, se não quer vender, topa fazer outro” A justificativa para o trabalho era que em Natal, os plastimodelistas locais, representados pelo Grupo de Plastimodelismo e Pesquisa JG400 estavam fazendo um trabalho de seleção de modelos e dioramas para um projeto de abertura de um Museu onde houvesse a representação da participação do Brasil na 2º Guerra. O nome do Museu seria ESPAÇO JG400, que teria como finalidade, manter viva a a mémoria dos Plastimodelistas, que teriam nele expostos seus trabalhos, divulgando assim a história e o hobby. Segundo o Sr. Marcelo, o diorama seria colocado no Museu representando a participação do Brasil na Batalha do Atlântico.



Rapaz, pensei, que fantástico, que  loucura!!!Pedi um tempo para pensar.

Vi as opções hoje no mercado de kit, acessórios  e etc... percebi que seria um desafio prá lá de Bagdá. Apesar disto o desafio era fascinante. Ter um trabalho  meu em um Museu,  no local onde aconteceu a Ponte para Vitória era de grande responsabilidade, mas também uma grande honra.

Assim combinei em fazer novamente o diorama, na escala 1/72. Mais para frentemostrarei o passo a passo da montagem e contarei a história do afundamento do U-199.




quarta-feira, 10 de setembro de 2014

AVANÇANDO NO DIORAMA DO DIA "D"

Pessoal, depois de algum tempo estou atualizando o blog. Conforme já informei anteriormente, estou trabalhando em um diorama sobre o dia "D", mais precisamente, o desembarque de tropas americanas nas praias francesas da região da Normandia, no setor conhecido como "OMAHA".

Coloquei as peças na base e comecei a estabelecer como seria a dinâmica do diorama. Estabeleci duas barcaças de desembarque, uma em plena atividade, com o pessoal desembarcando e outra atingida, com alguns soldados mortos e alguns sendo socorridos.


Na seqüência temos dois tanks Sherman com exaustor, sendo um já  na praia, mas atolado e o outro na água, mas a caminho. Coloquei os vários obstáculos  colocados pelos alemães, troncos com minas, obstáculos de madeira e barreiras de barras de metal soldado em forma de “x”.













Depois de ver onde ficariam as peças comecei a pintar o fundo da base, que já havia sido previamente preparado com papel marche. A parte do mar ainda passei massa de correr de parede por ser mais lisa e resistente, para mais tarde colocar o silicone.









Pintado o fundo  comecei a colocar o silicone. Resolvi não colocar um fina camada sobre uma superficie de mar já previamente pronta  mas sim fazer toda a extensão e profundidade do mar em silicone puro. Tingi o silicone com tinta de vitral azul e verde, sendo mais escuro no fundo e mais claro a medida que a água se aproxima da praia. JÁ GASTEI ATÉ AGORA 15  BISNAGAS GRANDES DE SILICONE!!! 












Depois disso, fiz a praia com papel marche misturado com areia fina e cola. Detalhe, usei uma porção de  areia da própria praia de "OMAHA" que meu amigo Randolfo trouxe para mim de uma de suas viagens a Normandia. Meus eternos agradecimentos a este membro fiel da minha equipe.












Completando o silicone até a praia.







Por fim,  depois de  completar o silicone até a praia, coloquei alguns efeitos de sangue na água para retratar os soldados mortos e feridos durante o desembarque. Não é a toa que a praia ficou conhecida como "BLOOD OMAHA"". Para isto tingi o próprio silicone com um pouco de Clear Tamiya. Agora na próxima etapa, vou dar efeito nas explosões na água, fazer espuma branca em alguns pontos e dar efeitos na areia e nos retoques finais que ainda faltam. Até a próxima. Segura esta GOMES !!!